segunda-feira, 1 de agosto de 2011

FESTA DO DIVINO 145 ANOS DEPOIS


                                     No inicio a festa era realizada cinqüenta dias depois da Páscoa, no dia de Pentecostes, mas essa tradição foi quebrada porque a pesca da tainha durante os meses de maio e junho e até o principio de julho era farta e tomava todo o tempo dos poucos habitantes da cidade, e ai por conveniência  mudaram a comemoração para os meados do mês de julho. A pesca da tainha já não é mais a mesma, mas a data da festa nunca mais voltou as suas origens.   
                        Muitas tradições, rituais, simbolismos e até superstições foram esquecidas ao longo destes anos, já não se joga canela no chão da igreja, e também não se elege mais o festeiro, ou melhor, “O Imperador” que providenciava a corrida da folia, que partia do centro, em dois grupos, um em direção ao extremo norte e outro em direção ao extremo sul, e de lá voltavam lentamente em perenigração, cantando de casa em casa, até chegar novamente na Igreja Matriz, isso também não existe mais.
                           O formato atual da Festa do Divino é arcaico e ultrapassado, o espaço físico é ainda menor que há 145 anos (1866), quando a Nova Matriz ficou em condição de uso (sem a torre), e a população do município era muito pequena.
                            A festa de São Pedro foi por muitos anos realizado na região do mercado de peixe, quando surgiu a necessidade de se mudar o local da festa para a praça de eventos na Av Iperoig. Os mais conservadores se rebelaram e ameaçaram não realizar a festa. Houve muita negociação e felizmente prevaleceu o bom censo. O tempo mostrou que a mudança foi acertada, hoje a Festa de São Pedro é um grande sucesso em todos os aspectos.
                            A pergunta que não quer calar: Porque não se realiza a Festa do Divino também na Praça de Eventos da Av. Iperoig? A festa de São Pedro termina uma semana antes da Festa do Divino, a estrutura já está totalmente montada e paga. Só é necessário a mudança dos personagens, sai os Pescadores, entra o Padre e seus colaboradores. O custo será menor, a renda será maior e a população será mais bem atendida.
                         A alegação que a Festa do Divino tem que ser em frente da Igreja Matriz, porque é tradição, não tem mais lógica, a população cresceu muito, hoje somos mais de 78 mil habitantes, não existe mais espaço para acomodar o povo. O caminhão de som e a barraca do bingo ficam no meio da rua interrompendo o transito, a barraca da tainha deixa de vender o que pode porque não tem espaço para atender a demanda. O tempo de permanência de um visitante na feira é bastante reduzido pela falta de espaço e acomodação, conseqüentemente ele consome menos, o que prejudica substancialmente o movimento financeiro.
                                  Já sabemos que muitas tradições foram quebradas durante esses 145 anos, e não podia ser diferente, sempre existira a necessidade de se adaptar as realidades e demandas do século XXI. Cabe a nós transformarmos a Festa do Divino em um grande evento religioso, cultural e gastronômico. Chega de teimosia, chegou à hora do Bom censo. O Povo e o Divino merecem.
                            
                         
                          
                     

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