domingo, 24 de julho de 2011
A ARTE DO ESCUTATÓRIO
Já assisti varia palestras sobre oratória em minha vida. Como o orador deve se comportar perante o auditório, como impostar a voz, técnicas de respiração e exercícios vocais, mexer os braços, olhar perdido no infinito sem encarar ninguém, e por ai vai, mas eu nuca vi nenhuma palestra ou aula sobre como escutar, como diria Odorico Paraguaçu, Prefeito de Sucupira.” A arte do escutatório.” Presenciei recentemente uma pessoa relatando a outra de como sua noite fora terrível, passara muito mal com uma tremenda dor nos rins provocada por uma pedra indesejável. Ela narrou o fato com todos os detalhes possíveis, de quantos analgésicos havia tomado, os banhos quentes, as compressas, sem nenhum efeito, só quando foi para o hospital, pela manhã,e tomou uma dose cavalar de voltarem e que melhorou. Até que a narração chegou ao fim, esperando, é claro uma palavra de consolo e de afeto da outra que supostamente estava ouvindo. Mas o que ela ouviu foi: “Isso não é nada, você não sabe o que me aconteceu...” E começou uma narrativa horripilante repleta de dores e sofrimentos incomparavelmente mais terrível que a anterior. Alguém já disse: “Não basta ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.” Esta é a grande dificuldade em um dialogo e principalmente em uma reunião. Ninguém agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se o que foi dito não fosse digno de consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é (claro) muito melhor. “Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais clara de nossa arrogância e vaidade, na verdade estamos gritando que somos os melhores os mais bonitos. Em algumas aldeias indígenas os mais velhos se reúnem para discutir e resolver algum problema, eles permanecem de cócoras por um longo tempo em silencio. De repente alguém fala e revela o seu pensamento, e de novo reina um grande silencio. Falar logo em seguida é um grande desrespeito. O outro exprimiu seus pensamentos, pensamentos que julgava importantes, e devem ser digeridos, e esse processo de absorver as palavras e o pensamento do outro leva tempo como a comida que comemos. É preciso de tempo para entender e digerir o que o outro falou. Se falarmos logo em seguida são duas as possibilidades: Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade não ouvi o que você falou, estava pensando o que ia falar em seguida.” Segunda: “Ouvi o que você falou, mas eu já tinha pensado nisso, é coisa velha para mim.” Em ambos os casos estamos chamando a pessoa de idiota. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio após uma explanação quer dizer: “Estou pensando cuidadosamente no que você disse.” E a reunião segue com respeito às opiniões e com certeza as decisões tomadas serão muito mais produtivas e acertadas. Saber escutar é a principal arma de um líder, com esta virtude ele consegue distinguir claramente os anseios de seus liderados, consegue achar soluções nunca antes aventadas, consegue transformar opiniões negativas em positivas. Ser um grande orador sem divida é importante para um líder, mas saber exercer a arte do escutatório é primordial. Obs: Esta coluina foi inspirada em um texto produzido pelo SENAI
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